Quem me conhece sabe que sou vidrado
pela banda de rock progressivo Yes. Há mais de quarenta anos, com diversas
formações diferentes, os caras continuam a manter um padrão excelente de
musicalidade. Uma das razões que mais me fascinam nesse grupo é que não consigo
tocar quase nada do seu material mais antigo, de tão complexo. Não que eu seja
um grande músico, longe disso. Mas a realidade é, se consigo tocar quase igual
ao arranjo de um disco, perco grande parte do meu respeito pelo músico. Ou
seja, o cara é tão mequetrefe quanto eu...
Outro dia quase enfartei quando
descobri que não somente o Yes estaria tocando bem próximo de onde moro, como
ainda por cima, tocariam meu álbum predileto da banda, "Close to the
edge", na íntegra, além do "Fragile", meu segundo álbum
favorito. Fizeram um show parecido quando estava no Brasil háum ano atrás,
porém, não pude vê-los.
É bem verdade que Rick Wakeman e Jon
Anderson, dois dos grandes membros da banda, não estão na formação atual.
Porém, o cantor atual tem uma voz parecida, e Geoff Downes é um bom tecladista.
Bem melhor do que não ver o Yes pelo menos mais uma vez.
Quando fui comprar os ingressos,
acabei caindo na página da banda, que oferecia um pacote que permitia conhecer
os músicos.
Por um curto momento, me perguntei,
será que vale a pena?
A resposta veio logo. Não vale.
Não sou mais nenhum frango, e nos
meus cinquenta e poucos anos, tive a oportunidade de conhecer alguns
"ídolos" pessoalmente. Francamente, para quem nutre o sonho de
conhecer "x" ou "y", digo-lhes, desfaça-se logo desse
sonho.
Um amigo me perguntou se queria que
lhe apresentasse um piloto que era amigo seu, e que ele sabe, aprecio muito e
não conheço pessoalmente. Mas já me avisou, de antemão, que "o cara é chato!". Logo
desisti da empreitada, e continuo a apreciar seus feitos na pista. Ele lá, e eu
aqui. Bem longe.
Fiquei pensando. Vou lá, pago uma
grana para ir falar pro cara que amo sua música desde que sou guri, etc,
enquanto ele tenta dar atenção para trezentas outras pessoas ao mesmo tempo que
estão falando a mesma coisa, e nem vai se lembrar quem sou. Meu amigo, sei que
não vai se tornar. E tampouco vai se importar com minhas "fabulosas"
tiradas sobre passagens das músicas prediletas!!! Sem contar que provavelmente
estarão mais interessados nas tietes do sexo oposto...Ou seja, pagação de mico.
Para a banda é ótimo. Enchem o bolso
com uma grana a mais, numa das suas últimas tours. Para o público,
provavelmente fonte de desilusão...