Friday, June 21, 2013

Manifesto dos Três Porquinhos em resposta ao Manifesto do Lobão I

Nós, Cícero, Heitor e Prático, mais conhecidos como os Três Porquinhos, queremos aproveitar a onda da manifestações no Brasil, e fazer nosso manifesto contra o manifesto do Lobão, editado em forma de livro. Eis o que nós pensamos.

Cícero - Lobão, seu livro tem seus momentos interessantes, mas de modo geral é chato. Não sei se já te falaram, escrever bem não significa enfiar um monte de adjetivos difíceis no texto, dois para cada substantivo. Isto torna a narrativa pesada, difícil de acompanhar, e de fato, embora possa esconder nuances de uma latente intelectualidade, as ideias subjacentes não ficaram nada claras nos seus textos sobre política e sociedade brasileira. De fato, o seu texto mais legal é justamente sobre música (embora algumas ideias sejam um pouco difíceis de engolir, verdadeiras viagens na maionese e imaginação), quando você deixa de lado uma desconhecida erudição e fala de forma clara sobre um assunto que entende, como o Lobão que estamos acostumados a ouvir. Quando você tenta ser erudito, seu texto parece a sua descrição do Gilberto Gil falando sobre a "pimboleta da parafuseta". Além do que, você usa construções esquisitas, tentando parecer algo que não é - um intelectual de carteirinha. Considero o último capítulo, que você deve ter achado genial, o texto mais chato já escrito na história do Universo! Aviso aos navegantes - o texto é tão maçante que pode moer a sua massa cinzenta, derreter a branca e causar dados cerebrais permanentes.


Heitor - Ok, Lobão, entendemos a sua frustração. Chico, Gil e Caetano, apesar de todas as suas idiossincrasias, recebem todos os louros, e você, auto-intitulado rei do roqueenrou brasileiro, fica às margens. Eu também não sou fã do Fidel Castro, Che Guevara, etc. Porém, Lobão, deixa eu te dizer uma coisa que você não vai gostar. A maioria das pessoas, quando ouve uma música, está se lixando para a letra. É verdade. Se fala de Cuba, se canta louvores a Guevara, ou se diz que é fã do Maluf, não interessa. O pessoal até pode repetir as letras como papagaios, mas não reflete sobre o que dizem. Cantam "vou apertar um mas não vou fumar agora" sem saber o que isso quer dizer. Por isso mesmo músicas em inglês fazem tanto sucesso no Brasil. E o povo canta "uí are de one, uí are de chilum", sem ter a mínima ideia do que quer dizer! E ficam se achando. Soou bem, que ótimo. Isso deve frustrar vocês, letristas, pois a maioria só tá ligada no conjunto, no som geral, tipo "ai mina aperta a minha mão, alá meu only you, no azul da estrela" - significa algo para você? Não, mas é uma grande música da Cor do Som, e a letra do Fausto Nilo se encaixa bem. Sendo assim, eu na minha humilde porquice ouço o Chico Buarque há um monte de anos, curto sua música, e nunca fui "doutrinado" para os lados de La Habana. Capisce? Eu e a torcida do Flamengo somos assim. Sendo assim, a sua bronca contra eles é um tanto infantil. Tome um valium, siga o conselho da Marta Suplicy. Vou escrever mais sobre o assunto depois, isto é só começo, Sr. Lobão.


Prático - Lobão,  conforme diz meu nome, sou prático. Entendo que o seu livro tem o intuito de cancelar todas as suas participações em comícios do PT, como se nunca tivessem acontecido. Aliás, parece que você se desiludiu com o partido, não é mesmo? Agora, querer fazer uma reengenharia da sua pessoa, e querer se apresentar como o novo porta-voz da direita, ou algo que se pareça com esta, me faz rir ao ponto de perder minha praticidade, da qual tanto me orgulho. Queira ou não, o que está feito, está feito. It is what it is. Você teve todas as oportunidades do mundo para pensar se queria ou não emprestar seu nome para um ou outro partido, ser formador de opinião, como os músicos e atores tanto gostam de ser chamados no Brasil. Formou a opinião, danou-se. Formar opinião carrega uma responsabilidade. Agora para voltar atrás vai ser difícil.

Nós três, Cícero, Heitor e Prático, apesar de porcos, somos humanos e justos. Sendo assim, queremos louvá-lo pela sua amizade com o falecido pato Tony. O ponto alto de livro, diga-se de passagem.

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